Bem antes do ICQ, do Messenger e das mensagens SMS, o mais próximo que dava para chegar de uma troca de texto instantâneo era usando um Pager. Neste post, vamos relembrar do auge dos Bips no Brasil. Já faz quase 20 anos!
Nos anos 70, surgiu um aparelhinho muito útil para médicos e outros profissionais que precisavam de uma forma de comunicação portátil e 100% presente: eram os bips. Eles tinha esse nome pois apenas emitiam um alerta e o usuário devia ligar para uma central de telemensagem para checar os recados.
Com a evolução natural dos aparelhos, eles passaram a receber mais do que sinais de alerta. No final dos anos 80 começaram a aparecer os Pagers, capazes de receber mensagens de texto. No final de década de 90, apareceram até aparelhos capazes de enviar respostas pré-programadas e de tocar mensagens de correio de voz. Mas já era tarde demais, os telefones celulares chegaram com tudo e devastaram esse mercado.
O AUGE DA FEBRE
Antes de começar a perder espaço para os telefones celulares na segunda metade da década de 90, os Pagers viveram seu auge de popularidade. No Brasil, eles chegaram em 1992 e tiveram um crescimento impressionante. De 10 mil usuários no ano de estreia, o serviço pulou para 100 mil um ano depois e para 800 mil em 1996, o ano de ouro dos aparelhinhos por aqui. No mundo, eram 70 milhões de usuários.
Quem dominava o mercado era a Motorola, fabricante da maioria dos aparelhos mais legais. Um deles, o Advisor Gold FLX trazia features irresistíveis como bateria que durava quatro vezes mais, capacidade para guardar 43 mensagens, oito tipos programáveis de sons musicais de alerta e iluminação especial do visor para ambientes escuros. Ah, cada mensagem podia ter até 500 caracteres! Quase quatro tweets!
QUANTO CUSTAVA
Naquela época, um Pager custava cerca de 250 reais. Era um preço meio salgado se você lembrar que o Real andava em pé de igualdade com o dólar, mas, ao mesmo tempo, era um preço muito atraente se você comparasse os gastos de um Pager com os de um celular. Empresas como Central Mobitel, Teletrim, Conectel e PowerNet cobravam mensalidades com preço médio de 30 reais e também permitiam alugar Pagers por 48 reais mensais, incluído o serviço de mensagens.
PARA QUEM NUNCA VIU UM PAGER NA VIDA
Se você nunca segurou um pager com as próprias mãos, vou aqui explicar resumidamente como funcionava essa brincadeira. Cada aparelho tinha um número próprio, obtido após a contratação de uma operadora. Quem quisesse mandar uma mensagem para você precisava ligar no call center da operadora, informar o seu número e depois ditar uma mensagem para uma telefonista. Esse mensagem chegava para você em instantes –e você precisava correr até um orelhão quisesse responder enquanto estivesse fora de casa.
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