O pião foi um dos jogos tradicionais infantis mais populares de sempre do século passado. Simples e barato de se adquirir, era usado nos pátios das escolas por quase todas as crianças.
O movimento do pião resulta de um cordel (baraça ou guita) enrolado à sua volta. O cordel segura-se com a mão por uma das extremidades o qual se desenrola quando atiramos o pião ao chão puxando o cordel no sentido contrário.
Através da sua história o seu uso oscilou entre um simples jogo infantil e uma peça mística ligada a rituais de premonição e leitura de presságios, onde associavam a sua rotação à dos astros.
Conhece-se a existência do pião desde o ano 4000 a.C. tendo sido descobertos na margem do rio Eufrates vestígios desse objecto, feito em argila. Igualmente se confirma a sua utilização através de pinturas antigas e de certos textos que já o identificam, como os do político e historiador romano Marco Porcio Catón e até mesmo na Eneida de Virgílio, no séc. I a.C.
O exemplar que é considerado como o mais antigo do mundo, data de 1250 a.C. e está em exposição no Museu Britânico. Curiosamente, várias figuras de relevo da antiguidade estão de algum modo relacionadas com o pião. Enquanto o dramaturgo grego Aristófanes se declarava obcecado pelo objecto, já o filósofo Platão usava-o como metáfora para o movimento.
Poetas romanos como Ovídio e Aulus Persius Flaccus, inseriam-no nos seus poemas tendo Persius afirmado que em criança ligava mais ao pião do que aos estudos. Se é verdade que os gregos e romanos usavam-no essencialmente como brinquedo, também há que realçar que foram as culturas orientais do Japão e da China que o introduziram no ocidente. No Japão os adultos e as crianças japoneses jogavam intensamente o pião convertendo-o mesmo numa arte com direito a espectáculos com exímios exercícios de equilíbrio nas palmas das mãos e em certas superfícies.
Acabando por estar representado na infância de quase todos os países do mundo, foi um dos jogos mais populares Até final da década de 70. Actualmente e apesar da tentativa de criar modelos mais práticos e atractivos, a sua utilização pelas crianças quase que desapareceu nos países mais desenvolvidos. Tal como outras brincadeiras clássicas, o pião perdeu visibilidade e adeptos com o aparecimento dos novos brinquedos das gerações modernas e com o advento das consolas de jogos portáteis.
Material: Um pião e um cordel para cada jogador. Como se joga: Antes de se atirar o pião deve-se enrolar bem o cordel à sua volta, sem folgas. O cordel segura-se com a mão pela extremidade solta. Quando se desenrola, com o impulso da mão, puxa-se o cordel para trás para o fazer girar. Quando o pião é lançado com muita intensidade diz-se que a jogada é de “escacha”.
Para se jogar à roda, (ou raia grande), marca-se no chão um círculo de jogo que poderá ter cerca de um metro e meio. O objectivo dos jogadores é projectarem o seu pião em direcção ao círculo e conseguir que o seu pião atire os restantes para fora do círculo.
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